quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Presente.

Assim, é bem assim que me vejo hoje.
Pés no chão, pronto e seguro pra caminhar, mas me preparando pra voar. Aprendendo a ser leve e aerodinâmico.
Penso longe e sonho alto. Duzentos e sessenta quilometros e mais de mil metros de altitude.
Imagino pontes, tapetes, pinturas na parede, o "pra sempre" em francês, as sacolas de supermercado, a valsa que vou aprender, e outras coisas.
Não durmo mais sozinho, mesmo que no meu leito só me acompanhe os travesseiros, as cobertas e as saudades. Além disso, a cada dia que envelheço, sei que envelheço acompanhado.
Ah! Passeios de Natal, mesas de Páscoa, duscursos emocionados pra filhos e netos garanto que também irão acontecer, mas ao seu tempo.
E por falar em tempo, já não peço mais que passe rápido ou que pare, só peço que passe pra que as coisas aconteçam e eu viva meus 24 quadros por segundo do teu lado.
  

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Só por quatro dias.

Acho graça, muita graça.
Aquele cara de poucos amigos, que pouco fala, que pouco ouve, que pouco respira, apareceu denovo.
É tão facil ser desagradável. Não falar com quem não se tem vontate. Ser alguém parcialmente introspectivo.
Faz mal, muito mal, mas é o que sossega e acalma. Ajuda a manter a compostura e impede ataques súbitos de palavras e sentenças desagradáveis.
Deixem-o em paz.
Com seus amigos de verdade ele não é assim.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Reveillon.

Só tenho que te agradecer.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Bem como hoje.

Pairo pelo espaço buscando olhares ternos e confortáveis ombros nos quais eu possa me apoiar por apenas um dia.
Não quero mais. Talvez no máximo dois ou três.
Procuro a disparidade.
Quero tratar com desmerecimento o que me oferecem e ser um completo idiota.
Correr de ti, e atrás de ti. Me esconder e te procurar.
Chegar ao quarto 622 sem chutar pra cima as formalidades de décadas passadas, mas odiando o amor.
Adoro o meu acaso, e dele me sustento.
Cuspo no meu prato, mas depois, não me nego a ingerir novamente minha saliva.
Nojo de mim não tenho, só às vezes.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Pressão atmosférica.

Descobri, essa noite, que eu só durmo pra poder pensar (sonhar) que faço tudo aquilo que eu sempre quis fazer.
Descobri também, já durante o dia, que me igualo às mais escuras nuvens de verão. Dessas, que prometem dilúvios, ventam horroes, mas que na maioria das vezes, só fazer subir, por pouco tempo, o cheiro de terra molhada.
Fico maluco e me desgraço graças às minhas vontades mais nojentas e desasseadas.
Percebo que, quanto mais procuro um mundo que se adeque ao que me convêm, mais eu fujo do mundo no qual eu vivo.
Eu quero o vício!
Eu quero chover de verdade.
Não tem mais graça ver as pessoas sairem de casa com seus guarda-chuvas nas mãos, sendo que nunca chove.
Nunca chove!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Ela.

A ausência de um nome, a voz que nunca ouvi, os olhos que me olhavam discretamente, o sorriso metálico cedido a outros, seu bom gosto para roupas, os pés descalços e sua baixa estatura.
Simétrica e exata.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Toujour...

Quarenta e quatro dias.
Serão quarenta e quatro dias reclamados, cuspidos no calendário e ejaculados pelo tempo com uma velocidade da qual eles não precisariam agora.
Me pergunto por que os minutos não transformam em trezentos segundos?
Ou melhor. Por que o sol não se esquece de nascer por uns dias, ao menos enquanto eles estiverem bem pertinhos um do outro, matando toda a vontade que será acumulada por um bom tempo?
Quem dera.
São litros e litros de água que têm gosto de lágrimas e mais de nove mil e quinhentos quilometros que não hão de ser nada.
Isso, ao menos, enquanto eles falarem bem baixinho, um no ouvido do outro, aquelas palavras que tão bem soam quando bem pronunciadas:
JE T'AIMÉ TOUJOUR, MON AMOUR... TOUJOUR!